sábado, 27 de agosto de 2016

Medo


Ah, pequeno gafanhoto, não é tão simples assim.

Dá medo, sabe? Tudo dá medo. Até pensar na hipótese de um dia, quem sabe, se tudo rolar mesmo, acontecer algo.

Porque não falo de nada real. Não, ainda. E talvez nunca saia desse ainda. São tantas dúvidas e tantas incertezas. Cada vez fica mais claro para mim que a vida é só isso: incertezas.

A gente se acostuma com a  vida que tem e fica repetindo para si mesmo que está bom assim, que não está pronta, que não nem  há espaço para outra vida, que não tem pressa, que não está procurando.
Balela !!!
No fundo, nosso coração está dormindo com um olho aberto, só na espreita. E numa simples gentileza, um ato de carinho, um sorriso, uma surpresa ... 

A razão encontra tantas respostas e tão lógicas e tão razoáveis. Pode ser apenas educação, consideração, amizade.
Aí a emoção pondera: e quando foi que isso aconteceu com vc recentemente? Educação é cumprimentar. Foi só isso? Foi mudar o rumo, ir atrás, sorrir, demonstrar que sentiu a ausência. 

Junte isso a um sonho que se teve uma noite com essa mesma pessoa e está feito o estrago. Talvez seja só o desejo de que o reencontro tenha sido mais do que realmente foi, porque há um desejo oculto antigo.

Pouco, eu sei, mas o coração é assim humilde.
Quando a gente se acostuma a ser invisível, mesmo um pouco de quase nada faz o dia ser mais interessante. Traz empolgação, sorriso, voz animada ao contar para amiga o que aconteceu.

Conta para a amiga, mas fica repetindo para ela e para sim mesmo que não foi nada. "Imagine, nem estou empolgada, é que fiquei surpresa." "Nada não, ele só foi educado." 
Eu disse que dá medo, né? Então para que criar expectativa? Melhor repetir que não é nada e se algum dia for alguma coisa, melhor. Se não for, o tombo é menor. Mas não espalha porque isso é tanta covardia que dá até vergonha.

Se a regra é se resguardar, melhor mesmo não ter como investigar a vida pelo facebook, instragram e etc. Quanto mais informação se tem, maior a chance de se ver encaixada nessa vida. Tem até seu charme ser avesso a redes sociais.

Então, tenho que ser corajosa. Não para pular de cabeça porque não estou nessa fase ainda. Mas corajosa para reconhecer que desejo o que aquilo que tanto repito que não quero e para o qual não estou pronta. Coragem para arrumar a casa enquanto o momento não chega para te segurança de me entregar. Tentar recuperar quem eu já fui (e quem ainda devo ser lá no fundinho) para acreditar que tudo é possível.



A conclusão é essa: arrume a casa. Se prepare. E pare de pensar.

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sábado, 27 de agosto de 2016

Medo


Ah, pequeno gafanhoto, não é tão simples assim.

Dá medo, sabe? Tudo dá medo. Até pensar na hipótese de um dia, quem sabe, se tudo rolar mesmo, acontecer algo.

Porque não falo de nada real. Não, ainda. E talvez nunca saia desse ainda. São tantas dúvidas e tantas incertezas. Cada vez fica mais claro para mim que a vida é só isso: incertezas.

A gente se acostuma com a  vida que tem e fica repetindo para si mesmo que está bom assim, que não está pronta, que não nem  há espaço para outra vida, que não tem pressa, que não está procurando.
Balela !!!
No fundo, nosso coração está dormindo com um olho aberto, só na espreita. E numa simples gentileza, um ato de carinho, um sorriso, uma surpresa ... 

A razão encontra tantas respostas e tão lógicas e tão razoáveis. Pode ser apenas educação, consideração, amizade.
Aí a emoção pondera: e quando foi que isso aconteceu com vc recentemente? Educação é cumprimentar. Foi só isso? Foi mudar o rumo, ir atrás, sorrir, demonstrar que sentiu a ausência. 

Junte isso a um sonho que se teve uma noite com essa mesma pessoa e está feito o estrago. Talvez seja só o desejo de que o reencontro tenha sido mais do que realmente foi, porque há um desejo oculto antigo.

Pouco, eu sei, mas o coração é assim humilde.
Quando a gente se acostuma a ser invisível, mesmo um pouco de quase nada faz o dia ser mais interessante. Traz empolgação, sorriso, voz animada ao contar para amiga o que aconteceu.

Conta para a amiga, mas fica repetindo para ela e para sim mesmo que não foi nada. "Imagine, nem estou empolgada, é que fiquei surpresa." "Nada não, ele só foi educado." 
Eu disse que dá medo, né? Então para que criar expectativa? Melhor repetir que não é nada e se algum dia for alguma coisa, melhor. Se não for, o tombo é menor. Mas não espalha porque isso é tanta covardia que dá até vergonha.

Se a regra é se resguardar, melhor mesmo não ter como investigar a vida pelo facebook, instragram e etc. Quanto mais informação se tem, maior a chance de se ver encaixada nessa vida. Tem até seu charme ser avesso a redes sociais.

Então, tenho que ser corajosa. Não para pular de cabeça porque não estou nessa fase ainda. Mas corajosa para reconhecer que desejo o que aquilo que tanto repito que não quero e para o qual não estou pronta. Coragem para arrumar a casa enquanto o momento não chega para te segurança de me entregar. Tentar recuperar quem eu já fui (e quem ainda devo ser lá no fundinho) para acreditar que tudo é possível.



A conclusão é essa: arrume a casa. Se prepare. E pare de pensar.

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