Uma vez uma médica me disse que eu deixava os outros me adoecerem. Na época eu entendi que ela queria me dizer que eu me importava muito com a opinião dos outros, o que também acontecia (tá, ainda acontece), mas hoje vejo que existe um outro lado.
Eu me importo muito com quem eu convivo e gosto. E vai desde pessoas de convivência social até pessoas íntimas.
Um dia desses a massagista me contou umas histórias da vida dela que eu fiquei impressionada. Cheguei a rezar por ela e os filhos. (Nem estou acreditando nesta fase religiosa que estou vivendo!).
Mas o que talvez realmente me deixe doente são pessoas que eu amo tanto. Desde ontem eu estou conversando muito com meu pai sobre um problema que ele tem que resolver. Estou tentando ajudar até onde eu posso, mas não posso muito. Sei que ajudo bastante só de ouvir as reclamações dele e sendo paciente, então estou me esforçando para ver o lado dele. Sei que ele se sente injustiçado e que tem que aguentar até uns certos desaforos para resolver tudo o mais rápido possível. Realmente não é justo. Ele está sofrendo e eu estou sofrendo junto.
Pode ser um início de tpm? Pode. Será que eu li "O Pequeno Príncipe" mais do que eu deveria e assimilei demais a ideia de ser responsável por quem eu cativo? Pode ser efeito do excesso de hormônios que estou recebendo na medicação? Pode.
Mas sei que tudo isso só aumenta algo que já é meu e que sempre fiz. Teve uma época que uma psicóloga me disse que eu descrevia a minha mãe das mesma forma que eu descrevia meus problemas, o que para ela significava que eu estava assumindo os problemas da minha mãe. De novo, eu assumindo os problemas que não são meus.
Mas qual a medida? Pode ser pai, mãe, irmão, amiga ou qualquer outra pessoa próxima. Como saber até onde ir com a preocupação, com a solidariedade e a compaixão? Quando que isso vira algo prejudicial?
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